quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Índia

ÍNDIA

Na semana de 19 a 23 de Outubro de 2009, começámos a nossa viagem pela Índia.... Estudámos e aprendemos muito sobre a cultura indiana e decorámos a nossa sala.



A Carolina Martins trouxe um sari que a avó lhe ofereceu para nós vermos. Era muito lindo!


Estudámos e analisámos o texto "Os Saris da minha Mãe".


Os Saris da minha Mãe

— Quando poderei vestir um sari? — perguntei à minha mãe, saltando para cima da sua cama.

A minha mãe pegou numa mala de couro, dentro da qual guarda todos os seus saris, e que está sempre debaixo da cama. A mala contém o sari de cetim amarelo que ela usou na festa do bebé da Uma Didi, o sari cor de pêssego, que é fino como uma teia de aranha, e o meu favorito, o sari vermelho do seu casamento. Só o vi uma vez, porque está cuidadosamente embrulhado num velho lençol de cama.

— Podes vestir saris quando fores mais velha — disse a minha mãe, abrindo a mala.

— Mas hoje faço sete anos e vamos ter uma festa! Por isso é que estás a usar um sari.

A minha mãe só abre esta mala em dias especiais. A mãe dela, a Nanima, usa um sari todos os dias, mesmo quando dorme. As dobras e os recantos dos saris da Nanima estão cheios de segredos. Neles encontro moedas, alfinetes de segurança, e o seu odor permanente a sabonete de sândalo.

A minha mãe corre o fecho da mala e eu tento absorver todas as cores que ela encerra.

— Ajudas-me a escolher um sari? — pede.

— Claro que sim — respondo.

Talvez ela me deixe escolher um também.

— Que tal me fica este? — pergunta, segurando um sari cor de púrpura junto do rosto.

— Oh mãe, pareces uma beringela — rio.

— E este?

A minha mãe desenrola um sari de seda preta que brilha como um céu estrelado.

— Esse não, porque já o usaste na festa de anos da Devi Masi.

— Não acredito que te lembres disso tudo!

Mas é verdade que me lembro de todos os saris que a minha mãe usou. Ainda me lembro do sari cor de lavanda, que ela vestiu na festa do Diwali, e do sari cor de magenta com veados bordados, que ela vestiu no dia em que a Nanima nos fez a primeira visita.

A minha mãe fica lindíssima com saris. São tão diferentes das camisolas cinzentas e das calças castanhas que veste todos os dias para ir trabalhar.

— E este? — pergunto, apontando para um sari que nunca tinha visto.

Parece uma bola de fogo laranja e as pontas vermelhas parecem ter sido mergulhadas em tinta vermelha. A minha mãe sorri:

— Usei esse sari no dia em que te trouxemos do hospital. Todos os teus tios e tias vieram dar-te as boas vindas.

— Veste-o hoje outra vez!

A minha mãe desenrola-o e molda-o ao corpo. O sari brilha como o sol poente.

Olho para as minhas roupas e sinto-me desinteressante em comparação.

— Porque não posso usar um sari?

— Os saris são para mulheres adultas. Mesmo que o dobrasses várias vezes, acabarias por tropeçar nele.

— Nunca me deixas fazer nada. Ontem, disseste-me que não podia ir para a escola com sapatos de festa, embora todos os dias calces tacões para ir trabalhar.

— Porque não usas a tua chanya choli? — sugeriu. — Disseste-me que os espelhos da saia te faziam parecer uma princesa.

— Não quero. Já tenho idade para usar um sari. Já não preciso de luz de presença no quarto e consigo servir-me de leite de manhã sem entornar uma gota.

A minha mãe ficou calada durante algum tempo. Depois disse:

— Lembro-me da primeira vez que usei um dos saris da minha mãe. Senti-me tão crescida!

— Por favor, mamã, deixa-me escolher um — sussurro. — Até sei qual quero usar.

— Bem, estás a ficar mais alta e talvez consigamos segurar as dobras com muitos alfinetes. Mas só vestes o sari hoje, porque fazes anos.

— E posso vestir outro quando fizer oito anos? Nessa altura, já serei tão alta como tu!

A minha mãe ri e começa a mostrar-me os saris, um a um. Quando só resta um no fundo da mala, exclamo:

— É esse mesmo! O azul com flores douradas nas pontas.

— Põe-te de pé em cima da cama — pede a minha mãe.

Depois, começa a enrolar o sari em volta do meu corpo. Quando tento ver-me ao espelho, avisa:

— Espera, ainda não estás pronta!

De uma latinha em forma de coração que tem no armário, tira algumas pulseiras em ouro. Coloca seis no meu braço, que caem no chão a tilintar quando o estico.

— Temos de pedir à Nanima que nos envie pulseiras que condigam com este sari — brinca a minha mãe.

— Já posso ver-me ao espelho? — peço.

— Só mais uma coisa — responde a minha mãe, abrindo uma gaveta da cómoda.

Dela retira uma pequena caixa que contém alguns bindis de cores e feitios diferentes. Pega num prateado e coloca-o bem no meio das minhas sobrancelhas.

— Já podes olhar.

Debruço-me sobre o espelho, pegando no sari com cuidado.

— Que tal?

Sinto-me a flutuar num oceano de azul. O material reluzente faz-me brilhar. É tão bonito que digo, dedilhando a borda do sari:

— Acho que estou parecida contigo, mãe!


Pooja Makhijani; Elena Gomez

Mama’s Saris

New York, Hachette Book, 2007

(Tradução e adaptação)


GLOSSÁRIO DE PALAVRAS EM HINDI


Bindi – sinal decorativo que as mulheres hindus usam na testa. Antigamente, era sempre um sinal vermelho e simbolizava o estatuto da mulher casada. Hoje em dia, é considerado um acessório de moda e não conhece restrições de cor ou feitio.


Chanya choli – conjunto de saia larga e blusa justa, tradicionalmente usado pelas mulheres dos estados do Gurajat e do Rajastão.


Didi – termo respeitoso usado para com uma irmã mais velha, uma prima, ou uma amiga.


Diwali – significa “fiadas de luzes acesas”. É o festival da renovação da vida, o Festival das Luzes, no qual é comum as pessoas usarem roupas novas. É uma altura em que as famílias acendem lâmpadas de azeite e as colocam em torno das casas, para dar as boas vindas ao novo ano.


Masi – a irmã da mãe.


Nanima – a mãe da mãe.


Sari – o traje tradicional das mulheres indianas. Um sari é um pano de 6,30m de comprimento e 1,20m de largura, cujos estilo, cor e textura variam muito. Pode também ser dobrado de forma diferente, conforme o estatuto, a idade, a profissão, a religião e a região da mulher.




Também fizemos o reconto do texto e ficámos a saber que os saris são usados pelas mulheres adultas na Índia.Os saris são vestidos de seda, de cetim, ... e bem coloridos. O texto fala de uma menina que fez sete anos e queria vestir um sari. Ela pediu à mãe. A mãe abriu uma mala onde guardava os seus saris e as duas recordaram os momentos em que a mãe usou cada um deles. Inicialmente a mãe não queria deixar usar um sari. Como era o aniversário da menina, e depois de tanto pedir à mãe, esta concordou. A menina de sari vestido sentia-se crescida e muito parecida com a mãe.



POEMA COLECTIVO


Índia...
À Índia viajámos
E o que nós encontrámos?
Saris a brilhar
E bindis a enfeitar
O Taj Mahal visitámos
E o Templo Dourado também
Tecidos nós comprámos
E sândalo cheirámos
O euro nós trocámos
Com a rupia pagámos.




Outros poemas que escrevemos referentes à Índia...


Tenh
o uma porta que dá…
Tenho uma porta que dá, para a Índia,
Saris a voar, Animais sagrados a atravessar.
Tenho uma porta que dá, para a Índia,
Trajes a desfilar,
E budas a rezar.
Tenho uma porta que dá, para a Índia,
Indianos a explorar Meninos a estudar.
Tenho uma porta que dá, para a Índia.

Carolina Cunha

Na Índia há...
Na Índia há
Animais à solta,
Saris a vestir,
Meninas a sorrir,
A mãe a escolher,
Bindis para usar,
Na Índia há…

Sara Mendes


Índia...
Indianas a bailar,
Com saris a usar,
Pulseiras a tilintar,
Budas a enfeitar,
As casas de encantar.
Bindis a enfeitar,
As casas de encantar,
Mão direita para comer,
Mão esquerda fica livre,
Para poder sobreviver.

Gonçalo Baptista

Na Índia
Na índia há:
Muitos elefantes
Muitos saris
Muitas culturas
Muitos deuses
Pulseiras de ouro
Bindis brilhantes
Palácios encantados.

Fábio Afonso

Viagem à Índia…
Índia estudámos,
Índia explorámos,
Saris vimos,
Saris vestimos,
Histórias vimos,
Histórias ouvimos,
PowerPoint escutámos,
PowerPoint cantámos.

Duarte


1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei muito , muito mesmo, da ideia do blog . Acho-o mto bem elaborado com uma boa reportagem fotográfica acompanhada de uma grande participação de todos os alunos . É tb. uma maneira de acompanhar o trabalho que eles estão a desenvolver , penso eu, com tanto empenho,praticamente " on line".Fico admirada com as coisas que o Afonso já aprendeu relativa/ aos paises já estudados e tudo aprendido de uma maneira tão levezinha, nada maçuda.
Inês Raposo